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Rosana

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"D"onde alimento minha alma " autor:MATIAS MOURA


Apaixonada pelo Sul, sigo um blog muito interessante de um gaucho.
Ele define aqui o que minha alma sente.
Leia e ... sinta ...
É muito bonito...



"D"onde alimento minha alma "
MATIAS MOURA

É no simples gosto do mate , no sereno olhar manhanero lá fora que alimento minha alma , matando sua fome de ser campo largo , de ser livre feito os pássaros que ensaiam seus cantos saudando o dia que nasce , manhanero ritual de encilhar os buenos e mansos para uma recorrida campo a fora cuidar da produção , ovelhas nuvens de lâ que pastam na quietude deste mundo tão meu que deus me apresentou , depois de tamto implorar pelas horas de mate onde me encontrei poema para dizer o que sinto e vejo . Lá fora , só semente lá fora é que sou eu mesmo , que invento poemas pelas tardes de calmaria ou pelas tropeadas estrada a fora tendo o paysano por costado segredando antigos ensinamentos bem montado por sobre o basto , a cada capão uma velha história brota feita cacimba das lembranças , cerne antigo a sustentar seu tempo , tantas histórias de domas e gauchadas eternizadas no seu pensamento , corredores e tropas , cuscos e cavalos parceiros de campo a vida inteira , velhos causos das revoluções , dos tropeiros e tropilhas que muito cruzaram cortando coxilhas e renovando a cavalhada das estâncias , das carreiradas domingueiras onde os buenos de patas faziam fama , e os carreiristas de plata enchiam as grossas guaicas , das rondas e quarteadas pelas madrugadas musiqueiras onde tantos amores brotaram ao som de gaita e violão nos bailares desta gente antiga do meu rincão , rubras imagens do tempo que meus olhos de moço não viram e que hoje revivo a cada relato de Dom Paysano escutando atendo vislumbrando um tempo que foi seu , a casco de cavalo me vou reinventando estas histórias quando estrada a fora continuamos tropeando em direção do posto do fundo , por vez me quiedo quieto a escutar a sinfonia do vento em contraponto aos cascos e tilintar das esporas , relembro os cantores e suas melodias retratando a vida em verso e poesia e pareço escutar entre os meus silêncios essas milongas mansas ! Pé no estribo e rumo certo seguimos corredor a fora costeando os moirões de pedra bruta que muitas tropas viram cruzaram por esta estrada .
Lá fora , somente lá é que eu sou eu mesmo !

http://campoealma.blogspot.com

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